Segunda crônica do livro Feliz por Nada, da Martha Medeiros. Dessa vez essa fala um pouquinho sobre a educação que muitos pais passam para seus filhos, e que consequentemente, acabam tornando-os sem limites. Concordo plenamente com a opinião dela. Confira:
Tem se falado muito na falta de limites das crianças de hoje. A garotada manda e desmanda nos pais, e estes, sentindo-se culpados pelo pouco tempo em que ficam em casa, aceitam a troca de hierarquia - hoje os adultos é que recebem ordens e reprimendas, e não demora serão colocados de castigo.
[...] Alguns adultos defendem-se dizendo que é impossível dar limites, vigiar e orientar, tendo que sair de manhã para o batente e voltar à noite demolidos pelo cansaço. Compreendo, é complicado mesmo. [...]
A falta de amor é a origem de grande parte das neuroses, psicoses e desvios de conduta. Uma criança que que não se sentiu amada pode cometer erros de avaliação sobre si própria e cometer desvarios para conquistar uma autoestima que parece sempre fora de alcance. Não adianta o pai e a mãe passarem a mão na cabeça do filhote de vez em quando e repetir um "eu te amo" automático. A criança precusa se sentir amada de verdade, e as demonstrações não se dão apenas com beijos e abraços, e tampouco com proibições sem justa causa. O "não deixo, não pode" tem que ser argumentado. "Não deixo e não pode porque..." Tem que gastar o latim. Explicar. E prestar atenção no filho, controlar seu hábitos, perceber seus silêncios, demonstrar interesse pelo que ele faz, pelo que ele pensa, quem são seus amigos, quais suas aptidões, do que ele se ressente, o que está calando, porque está chorando, se sua rebeldia é uma maneira de pedir socorro, se está precisando conversar, se o que tem sentido é demasiado pesado pra ele, se precisa repartir suas dores, se está sendo bem acolhido pela escola, se não estão exigindo dele mais do que ele pode dar, se não foram transferidas responsabilidades para ele que são incompatíveis com sua idade, se há como entender e aceitar seus desejos, se ele está arriscando a própria vida e precisa de freio, se estamos deixando ele sonhar alto demais, se estamos induzindo que ele sonhe de menos, se ele está recebendo os estímulos certos ou desenvolvendo preconceitos generalizados. Dá uma trabalheira, mas isso é amar. [...]
Ah que demais! Caramba, eu adoro crônicas. Conheço muitas da Martha mas ultimamente ando lendo algumas da Dulce Magalhães, conheces? Tem alguns lá no meu blog para dar uma olhada...são ótimas!
ResponderExcluirAdorei o teu blog! Parabéns pelo capricho. Estou seguindo, viu?
Se puder retribuir no meu, ficarei feliz *-*
http://foolishhappy.blogspot.com.br
beijocas!