Título: Adeus, por enquanto
Autor/a: Laurie Frankel
Páginas: 320
Editora: Paralela
Ano: 2013
Sinopse: A talentosa autora de Atlas do amor inova em seu segundo romance, no qual conta a história do jovem casal que estendeu seu amor para além dos limites da vida. Não é milagre e nem magia, é pura ciência da computação. Graças ao software que Sam Elling, um divertido programador do MIT, desenvolve, torna-se possível conversar com projeções perfeitas de pessoas queridas que morreram. Assim, ele ajuda sua namorada a superar a perda recente da avó, mas não esperava que um dia fosse precisar se tornar usuário de seu próprio programa...
Avaliação: 5/5 estrelas
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Não é de hoje que sabemos o quanto a tecnologia facilitou nossas vidas. Atualmente, com apenas um toque conseguimos saber de algo que aconteceu do outro lado do mundo em questão de segundos; conversamos com parentes distantes diariamente; realizamos compras sem sair do lugar. São tantas facilidades que não conseguimos colocar na ponta do lápis. Talvez tenha sido esse pensamento que fez Laurie Frankel ao escrever Adeus, por enquanto, se apropriando da tecnologia para tratar de um assunto tão delicado: o luto.
Sam Elling é um programador de software que trabalha numa empresa de relacionamentos oline cuja sua função é encontrar um par perfeito para cada cliente. Só que Sam não consegue nem mesmo uma namorada para si. Nesse sentido, acaba desenvolvendo um algoritmo fazendo com que se encontre a alma gêmea. Ai ele acaba conhecendo Meredith e os dois acabam se apaixonando, provando que o algoritmo pode sim funcionar. Só que por mais que isso parecesse bom para ele, Sam acaba sendo demitido pelo simples fato de que o algoritmo funcionava bem até demais. Ao mesmo tempo, Meredith perde sua avó, Livvie. Se sentindo triste pela dor da namorada, Sam desenvolve um programa em que faz com que pessoas vivas possam se comunicar com aqueles que já morreram, seja através de conversas em vídeo ou e-mails. Isso baseado em informações disponibilizadas online. Por mais que não pareça real, era uma maneira de matar saudades de uma pessoa querida que já houvesse partido. Meredith e Sam acabam gostando tanto do programa que decidem oferece-lo a outras pessoas que estão passando pelo luto. Dessa forma, acabam criando o RePose. Isso acaba dando certo. Mas outras questões acabam passando pela vida dos dois e de todos a sua volta que os fazem repensar algumas questões.
Adeus, por enquanto era uma leitura que já estava na lista há um bom tempo. Ano passado, quando fui à Bienal, encontrei o livro num preço bom e decidi compra-lo. Acabou que ficando na estante esperando o momento certo para ser lido. Certo dia, não sabia o que ler e acabei pegando o livro por acaso. Iniciei a leitura logo achando que tudo estava ocorrendo rápido demais. Fiquei com certo receio de que a autora fosse ficar enchendo linguiça as 300 páginas. Pelo contrário, acabei me surpreendendo e fazendo com que o livro se tornasse um dos favoritos.
Apesar de ser contada em terceira pessoa, a narrativa de Laurie não deixa de ser carregada de melancolia e sentimentalismo. Não foi o tipo de leitura que eu queria sentar e ler para saber o que iria acontecer (até porque a temática e o ambiente criado pela autora não torna a leitura tão empolgante como com outro livro). Acabei que lendo em doses homeopáticas, tentando absorver da história o que autora queria passar, seus ensinamentos e reflexões. Quando sentia que já lia o suficiente, parava e ia fazer outra coisa. E essa experiência foi bacana, pois dessa maneira pude me envolver com mais profundidade com a história.tornou a história mais envolvente.
Sam, de certa maneira, me lembrou Don, de O projeto Rosie. Na verdade, boa parte da história me lembrou de O projeto Rosie. Mas o que faltou num tinha de sobra do outro. Laurie trabalha o luto de uma maneira tão profunda, que não há como não se emocionar. Por mais que o programa criado por Sam fosse ficcional, a ideia dele faz refletir uma série de questões e elementos que fazem parte da nossa vida: sentir dor, passar pelo luto e ter momentos em que pensamos desistir de tudo. E chega determinado ponto do livro que isso se torna tão evidente e tão real. Apesar disso, ao mesmo tempo ela deixa claro que precisamos seguir em frente. Teremos sempre boas lembranças daqueles que partiram, mas precisamos viver nossas vidas. Não é questão de ser insensível; faz parte. Não é questão de não amar. Amar é perder. Amar é recomeçar. Faz parte.
Terminei o livro com o coração apertado, refletindo durante um bom tempo sobre a história. Adeus, por enquanto é um livro que deve ser lido, relido, vivido, refletido, sublinhado. Sam e Meredith mostram muito mais que podemos imaginar. Leitura mais que recomendada.
Oi Lucas, adorei a resenha. Esse livro já está na minha lista a um bom tempo, e agora minha vontade de ler só aumentou haha
ResponderExcluirumviciadoemlivros.blogspot.com
Oi Lucas!
ResponderExcluirTem livros que precisam mesmo dessa leitura homeopática, né?
Acho interessante a proposta do livro com essa mistura de ficção científica com drama. Já tinha visto ele por aí, mas não lembro de ter lido resenhas. Pelo sua constatei que ele pende mais para o drama e parece funcionar muito bem.
Beijos,
alemdacontracapa.blogspot.com