O Retorno do Jovem Príncipe - A.G Rommers

domingo, 8 de julho de 2012 Marcadores: , ,

Título: O retorno do Jovem Príncipe
Autor: A.G Rommers
Editora: Fontanar
Páginas: 112
Ano: 2011
Sinopse: Como tantos que leram O Pequeno Príncipe, eu também captei a simplicidade de sua mensagem e compartilhei a tristeza de Saint-Exupéry quando o herói-criança, que alcançara as profundezas de meu coração, foi obrigado a retornar a seu asteroide. Muitas vezes perguntei a mim mesmo, o que aconteceria a essa criança tão especial se continuasse a viver entre nós. Como seria sua adolescência? Conseguiria preservar a inocência de seu coração?", indaga o poeta argentino A. G. Roemmers. Roemmers retoma no livro discussões éticas sobre a experiência humana e aborda temas ainda cruciais à humanidade, como guerras, crises econômicas, fome e consumismo. "Durante o percurso da viagem fictícia, o Jovem Príncipe pergunta se há muitos caminhos no planeta Terra e se não ocorre aos homens procurar no céu a orientação. Sempre há problemas e os caminhos para superá-los", afirma o autor, também influenciado pelo personagem em sua infância.
Nunca li o Pequeno Príncipe. Talvez seja por falta de oportunidade, ou falta de interesse mesmo. A obra de Saint-Exupéry, que acompanha um garoto com seus infinitos ensinamentos e reflexões. E que de certa forma, sempre tem aquela alma de criança.
O retorno do Jovem Príncipe foi um dos livros que minha prima Laise me emprestou. Ela disse que esperava mais do livro. Bom, decidi lê-lo para tirar minhas próprias conclusões.
É uma espécie de continuação do Pequeno Príncipe, mas não é de autoria de Antonie de Saint-Exupéry.

O retorno (vou trata-lo apenas por essa abreviação), conta a história de um homem maduro, que na viagem que estava fazendo pelas estradas da Patagônia, encontra um garoto desacordado. Como é de se esperar, o homem decide socorre-lo.
Quando tem o primeiro contato com o jovem, o homem passa a conhece-lo melhor, e descobre que era a sua segunda visita na Terra, e que ele era um jovem príncipe. A partir dali, uma série de diálogos se sucedem, todos de natureza reflexiva, tornando aquela viagem uma trajetória espiritual.

Li o livro em pouquíssimo tempo. Comecei na terça feira a noite, e quarta feira de meio dia já havia terminado a leitura. Um livro sem mistérios, sem rodeios, direto e franco. Mas com lições de vida tremendas.

Você deve agradecer à Providência por encontrar dificuldades de vez em quando.
- Agradecer pelas dificuldades? – perguntou o jovem, incrédulo.
- Sim, pois isso lhe permite crescer e galgar o caminho da perfeição. Se os obstáculos em nossa vida forem vistos sob essa luz favorável, você perderá menos tempo  reclamando deles e levará uma vida mais plena.

Alejandro criou uma história totalmente diferente. Eu, pelo menos não estou acostumado com esse tipo de leitura, mas de certa forma me fez refletir enquanto lia sobre os valores da vida, do nosso cotidiano, e de diversos outros fatores.

Pense em você mesmo como um rio que deve avançar a qualquer custo. Você procura evitar as montanhas, tentando descobrir o caminho de menor resistência. As dificuldades são como as pedras que encontra no caminho. Se você as arrasta consigo, elas acabam formando um dique que vai barrar seu caminho. Mas se você souber superar cada uma delas conforme forem aparecendo, seu fluxo vai ser constante e suas águas, cristalina, como se a fricção nas pedras aumentasse seu brilho. Você pode se sentir culpado, indigno de tanto brilho; então vai encontrar lama, para turvar suas águas. Você pode se tornar preguiçoso, e ficar pelas planícies, até se extraviar em meio aos pântanos. Você pode se tornar intrépido demais e virar uma cachoeira  num precipício, ou entrar em cânions tortuosos onde acabará se perdendo. Você pode endurecer sua alma até suas águas se transformarem em gelo, ou pode se evaporar nas carícias do deserto.

Gostei bastante dessa viagem com o jovem príncipe. Ele, que nunca deixara aquela alma de criança se esvair dele, ensinava aquele homem que tinha uma visão certa de tudo, algo totalmente diferente do que estava acostumado. Coisas simples, mas que no final fariam toda a diferença.

O Jovem Príncipe permitira descobrir o melhor que havia nele apenas para que eu pudesse descobrir o melhor que havia em mim.

Achei O retorno um perfeito livro de cabeceira. Aquele livro que as vezes você está meio desanimado, você pega ele e lê um trechinho. Não o leia querendo saber o desfecho dele. Simplesmente viva-o. É um livro para ser lido e relido quantas vezes o necessário, porque cada vez que o lê, é uma nova visão que você tem sobre o livro. Talvez algo que  tenha sido deixado para trás se faça mais claro na segunda leitura. Recomendo para todos que desejem refletir um pouco sobre como está a situação atualmente na sociedade, com seus valores e seus habitantes.

A felicidade é oriunda do ser e não do ter; de apreciarmos o que já possuímos, não de tentarmos conseguir o que não temos.

1 comentário:

  1. Que bom que gostasse! Porque eu me senti triste em dizer pro Diego que não tinha curtido muito. Que parecia mais auto-ajuda do que o estilo brilhante de O pequeno príncipe.

    Bom, podes ver o que eu achei melhor lá na resenha dele.

    liliescreve.blogspot.com

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