Morte Súbita - J.K Rowling

domingo, 23 de dezembro de 2012 Marcadores: , ,

Título: Morte Súbita
Autora: J.K Rowling
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 504
Ano: 2012
Sinopse: Quando Barry Fairbrother morre inesperadamente aos quarenta e poucos anos, a pequena cidade de Pagford fica em estado de choque. A aparência idílica do vilarejo, com uma praça de paralelepípedos e uma antiga abadia, esconde uma guerra. Ricos em guerra com os pobres, adolescentes em guerra com seus pais, esposas em guerra com os maridos, professores em guerra com os alunos… Pagford não é o que parece ser à primeira vista. A vaga deixada por Barry no conselho da paróquia logo se torna o catalisador para a maior guerra já vivida pelo vilarejo. Quem triunfará em uma eleição repleta de paixão, ambivalência e revelações inesperadas?

Depois de uma longa espera (apenas 5 anos) saiu o novo livro de J.K Rowling. Para os fãs que se sentiram abandonados com o fim de Harry Potter (J.K afirmou que não escreverá mais nenhum livro da série, talvez apenas uma enciclopédia, mas algo para o futuro), podem continuar nesse sentimento, por que Morte Súbita é totalmente diferente da série.

É impossível não criar expectativas com um livro sabendo que a criadora foi a mesma que encantou uma geração. Eu, como muitos outros leitores, crescemos lendo e relendo Harry Potter. As aventuras, os perigos, tudo nos encantava. E não ia ser diferente quando Morte Súbita chegou em minhas mãos. Tenho que agradecer a um presente de amigo secreto que eu já tinha, assim pude trocar pelo livro da Jo e apenas pagar a diferença.

Mas vamos ao livro. Um dos primeiros comentários que quero fazer é sobre a capa. Se eu não conhecesse o trabalho da autora, com certeza não compraria Morte Súbita. Simplesmente passaria despercebido por mim. Afinal, a capa do livro é feia. Desculpe dizer, mas não tem nada de chamativo na capa. Além do mais, a sinopse não nos adianta muita coisa. Porém, sendo J.K, vamos dar uma chance.

Logo na segunda página do livro, temos a súbita morte de Barry Fairbrother. Adorado por muitos e odiado por todos, a partir de sua morte que temos a sequência de acontecimentos. Pagford é uma cidade do interior, onde todos se conhecem. Como diz na contracapa do livro, os habitantes eram como peças de dominó, e Barry estava no cobiçado local. Depois de sua morte, é como se desequilibrasse totalmente. E isso que acontece.

Barry fazia parte do Conselho da cidade. Após sua morte, começa a disputa para decidir quem ocuparia seu lugar. Temos como principais personagens Miles, advogado ambicioso, que era casado com Samantha. Seus pais, Howard e Shirley eram pessoas bem vistas na sociedade, apesar de serem frios e calculistas. Temos também Tessa e Colin Wall, pais de Stuart, mais conhecido como Bola. Ambos trabalham na escola, e tentam de alguma forma educar o filho, um adolescente rebelde. Além disso, temos Simon e Ruth Price, pais de Andrew, outro adolescente rebelde. Dra. Parminder é uma médica na cidade que também concorre ao posto de Barry. Casada com Vikram, e mãe de Sukhvinder, vive de aparências. Não podemos esquecer de Terri e sua filha Krystal, com quem tem uma relação conflituosa. Tem-se muitos outros personagens que vou comentando ao longo da resenha.

Morte Súbita foi uma leitura muito interessante. Não posso dizer que foi agradável, por que não foi. É um livro que demora para pegar o ritmo. Nas primeiras duzentas páginas, J.K explora o psicológico dos personagens de tal forma que torna a leitura cansativa. Não acontece muita coisa em Pagford.  Pensei em desistir algumas vezes, mas quando li algumas resenhas que diziam que melhorava depois, continuei mesmo assim. E estava certo. Lá pela terceira parte o livro, começando os acontecimentos que você só consegue parar com o ápice final.

Quando dizem que todo mundo tem um segredo, realmente se tem. E foi com a morte de Barry que começa a serem revelados. No início, a narrativa dava a entender que cada um tinha alguma coisa do passado que o comprometia. Quando estava quase na descoberta, J.K Rowling mudava totalmente o foco. Isso dava aquele sentimento de curiosidade e de querer ler mais um pouco. 

Era como se tivesse despertado algo. Famílias cheias de conflitos, adolescentes se rebelando com os pais, com os professores, casais brigando entre si. J.K conseguiu tratar isso de forma explicita. Exemplos disso são Krystal, Stuart, Andrew. Além do mais, há a presença de adolescentes pertubados, como Sukhvinder. Há a presença ainda de Kay e sua filha, Gaia, para completar o cenário de guerra e conflitos.

Outra questão que incomodou um pouco a leitura era a quantidade de personagens. No inicio, fiquei um pouco perdido, até conseguir diferenciar um do outro. São vários núcleos, cada um com dois ou mais personagens. Depois, acabei acostumando-me com eles.

Quem esperava algo parecido com Harry Potter, caiu do cavalo. Morte Súbita é totalmente diferente. Nele, há a presença de drogas, sexo e intrigas políticas. Porém, J.K Rowling consegue desenvolver de tal forma que não tem como não gostar da história. O final deixou a desejar um pouco, na minha opinião. Porém, não estragou a leitura, e por momento algum causou arrependimento.

Morte Súbita não se tornou meu livro favorito, mas assegurou-me de uma coisa: J.K Rowling é genial escrevendo qualquer gênero. Não importa se é sobre bruxos, fantasmas ou cidades pequenas. Apenas que ela consegue cativar os leitores da melhor maneira o possível. Vale a pena ler Morte Súbita! Recomendo muitíssimo.




4 comentários:

  1. Oi Lucas!
    Esse é um livro que, independentemente dos comentários que eu ver, eu vou ler. Só por HP já é possível ver o quão genial é a JK, então não duvido da capacidade dela com outros gêneros.
    Imagino que o livro seja completamente diferente de HP e, por isso, não pretendo criar esse tipo de expectativa. Já havia lido mesmo que a quantidade de personagens e o fator psicológico tornam o começo mais lento.
    Enfim, ainda estou curiosíssima pra ler o livro!
    Eu também não gosto da capa e nem da tradução do título, acho o original mais apropriado!
    Beijão!

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  2. Olá Lucas, tudo bom?
    Se dúvidas não há como não criar expectativas em um livro que foi escrito pela JK, afinal ela nos conquistou né?
    Como a Aione disse esse livro independente de comentários é um livro que já esta nas minhas próximas leituras, mesmo que eu possa me decepcionar, eu pretendo ler esse livro, e confesso que estou criando muitas expectativas,e isso pode ser ruim.
    E concordo com você com relação a capa, poderiam fazer algo melhor certo?
    Fiquei curiosa, quantas estrelas você deu?

    Beijocas.
    paixaoliteraria.com

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  3. JK é JK, e não tem como se arrepender lendo qualquer livro dela! Ainda não li esse, mas vendo sua resenha com o comentário de que existem muitos personagens, apagou um pouco do desejo louco que eu estava de ler esse livro! Simplesmente porque me "irrita" um pouco uma quantidade muito grande de personagens e históricas menores dentro da principal. É claro que não vou deixar de ler, mas preciso de uma motivação maior agora, hahahaha! Quem sabe se eu ganhar o livro de Natal?
    Um beijo,
    Nic
    Ps: espero ver o seu vídeo respondendo a TAG 12 livros para ler em 2013 :)

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  4. Bom, eu quero muito ler e se puderes já reservar pra me emprestar ficarei felicíssima.
    Acho que dizer que um autor bom será bom em qualquer gênero é complicado, porque muitas vezes o fato de ser bom está relacionado ao próprio gênero escolhido.

    Eu acho que eu vou gostar muito, não por ser da JK (por isso há apenas curiosidade), mas porque curto policiais e principalmente a exploração psicológica dos personagens que tu destacaste.

    Beijos e feliz natal pra ti, pra tua mãe e pro tio!
    liliescreve.blogspot.com

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