Título: Cuco
Autora: Julia Crouch
Editora: Novo Conceito
Ano: 2012
Páginas: 464
Sinopse: Polly é a mais antiga amiga de Rose. Então quando ela liga para dar a notícia que seu marido morreu, Rose não pensa duas vezes ao convidá-la para ficar em sua casa. Ela faria qualquer coisa pela amiga; sempre foi assim. Polly sempre foi singular — uma das qualidades que Rose mais admirava nela — e desde o momento em que ela e seus dois filhos chegaram na porta de Rose, fica óbvio que ela não é uma típica viúva. Mas quanto mais Polly fica na casa, mais Rose pensa o quanto a conhece. Ela não consegue parar de pensar, também, se sua presença tem algo a ver com o fato de Rose estar perdendo o controle de sua família e sua casa. Enquanto o mundo de Rose é meticulosamente destruído, uma coisa fica clara: tirar Polly da casa está cada vez mais difícil.
Avaliação: 4/5 estrelas
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Diante de tantas opiniões divergentes de Cuco, não sabia o que esperar do livro. O primeiro romance de Julia Crouch dividia opiniões: enquanto alguns não curtiam tanto o livro, outros adoraram. A sinopse me agradava, o título era um tanto original, e a capa, instigante. Ganhei o livro no inicio do ano em uma promoção e estava na estante esperando a oportunidade para ser lido. E a oportunidade surgiu somente agora, nas férias, quando decidi iniciar a leitura.
Autora: Julia Crouch
Editora: Novo Conceito
Ano: 2012
Páginas: 464
Sinopse: Polly é a mais antiga amiga de Rose. Então quando ela liga para dar a notícia que seu marido morreu, Rose não pensa duas vezes ao convidá-la para ficar em sua casa. Ela faria qualquer coisa pela amiga; sempre foi assim. Polly sempre foi singular — uma das qualidades que Rose mais admirava nela — e desde o momento em que ela e seus dois filhos chegaram na porta de Rose, fica óbvio que ela não é uma típica viúva. Mas quanto mais Polly fica na casa, mais Rose pensa o quanto a conhece. Ela não consegue parar de pensar, também, se sua presença tem algo a ver com o fato de Rose estar perdendo o controle de sua família e sua casa. Enquanto o mundo de Rose é meticulosamente destruído, uma coisa fica clara: tirar Polly da casa está cada vez mais difícil.
Avaliação: 4/5 estrelas
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Diante de tantas opiniões divergentes de Cuco, não sabia o que esperar do livro. O primeiro romance de Julia Crouch dividia opiniões: enquanto alguns não curtiam tanto o livro, outros adoraram. A sinopse me agradava, o título era um tanto original, e a capa, instigante. Ganhei o livro no inicio do ano em uma promoção e estava na estante esperando a oportunidade para ser lido. E a oportunidade surgiu somente agora, nas férias, quando decidi iniciar a leitura.
Polly é a amiga mais antiga de Rose. Quando Rose descobre que o marido de Polly morreu, não pensa duas vezes em convidar a amiga e seus dois filhos, Nico e Yannis, para ficar por um tempo em sua casa. Casada com Garreth e mãe de duas filhas, Anna e Flossie, Rose tem um casamento instável, e vive como dona de casa. Sua vida começa a mudar com a chegada de Polly. A principio Polly parece ser apenas uma mulher que acabara de perder seu marido. No entanto, com o passar do tempo, algumas atitudes de Polly começam a pertubar Rose, de alguma maneira. Atitudes que fazem Rose questionar se a vinda de Polly para sua vida tenha sido uma escolha coerente. Aos poucos, Rose começa a se sentir insignificante como mulher e mãe. E além de tudo, tudo parece converter para Polly. Ou será que era coisa da cabeça de Rose?
"Aquela poderia ser a cena de um crime, mas o verdadeiro crime se passara em outro lugar. Nada está como estivera: tudo se encontra rasgado, estilhaçado ou destruído. Enormes manchas de tinta cor de carne degradam as superfícies; pedaços de papel retorcem-se nas pontas.
Suspensa nas paredes, estão pintadas repetições da mesma forma esquelética e nua. Arqueada, extasiada, bela. E seus olhos foram arrancados, apunhalados com uma tesoura, talhados por uma lâmina.
Em resumo, uma desordem completa." (p. 9)
Suspensa nas paredes, estão pintadas repetições da mesma forma esquelética e nua. Arqueada, extasiada, bela. E seus olhos foram arrancados, apunhalados com uma tesoura, talhados por uma lâmina.
Em resumo, uma desordem completa." (p. 9)
O livro inicia com uma cena nada conveniente. Logo, passamos a conhecer o cotidiano dos principais personagens. Rose, Garreth, Anna e mais adiante Polly, Nico e Yannis. A narrativa de Julia nos faz ter noção do território que estamos pisando, as relações e conflitos de Rose e Garreth, o relacionamento com os filhos. Um ponto que me chamou atenção logo de inicio foi a capacidade da Julia em construir personagens tão conflituosos e tão diferentes entre si. Principalmente pelas atitudes de Rose no inicio do livro. Como é que uma pessoa diz para sua amiga vir morar com ela antes mesmo de conversar com seu marido? As emoções refletidas em cada frase, em cada parágrafo nos fazem querer ansiar para ir adiante. Só que a autora faz questão de fazer o leitor demorar a seguir adiante.
E ai chega Polly. O que posso dizer dela? Extremamente misteriosa, problemática, sarcástica, a construção da personagem foi trabalhada de maneira a despertar sentimentos no leitor que te deixam em alerta. Desde o principio conseguimos perceber as verdadeiras intenções da personagem. Apesar do momento em que ela está passando, percebemos a falsidade da personagem desde que ela entra na história. Curti a construção da personagem, pois são personagens que nem ela, que marcam a vida do leitor pelo seus conflitos.
A partir disso, se desenrola a trama. No inicio, você não dá tanta importância da história, apesar da presença do clima de suspense no ar. Você está lendo e quer saber o que irá acontecer, mas ao mesmo tempo, não acontece nada. Você fica intrigado pelo que a autora irá aprontar nos próximos capítulos, só que isso demora a acontecer. Enquanto isso, passamos a conviver com os personagens: o cotidiano de Polly na casa de Rose, o relacionamento dos filhos de Polly com os de Rose, os momentos de desespero de Polly e Rose sempre "passando a mão na cabeça" da amiga. Entretanto, no inicio eu deixei passar despercebido, afinal, ela havia perdido o marido e estava passando por um momento difícil. Só que isso se torna pertinente ao longo da história, e chega uma hora que acaba irritando. Percebemos o caráter de Polly logo que entra na história, mas não sabemos o que ela é capaz.
Quando achamos que tudo está calmo demais, a autora mexe na história e você, que estava quase desistindo, fica ligado até demais. A partir daí, os acontecimentos e o suspense se sucedem quase que instantaneamente, entremeados por momentos de folga curtíssimos. Uma característica marcante na escrita de Julia Crouch foi a construção das personagens principais, principalmente Polly, como foi comentado, e Rose. A construção de Rose se baseia principalmente no despertar de sentimentos pertinentes, a ponto de deixar o leitor dividido em algumas situações: Polly realmente era uma pessoa ruim, ou tudo era apenas invenção da cabeça de Rose?
Os personagens secundários também merecem destaque. Os filhos de Polly e Rose também dão um toque a mais na história, principalmente Anna, filha mais velha de Rose. Em diversos momentos a personagem se mostrou madura e responsável.
Julia Crouch sabe escolher as palavras certas para impactar o leitor. Sua narrativa é madura e bem escrita, instigante a cada linha que lemos. Ela vai soltando aos poucos as informações, de tal maneira a tornar o livro eletrizante e empolgante pela leitura. Apesar disso, algumas atitudes de Rose me deixaram um pouco irritado. Enquanto todo mundo a sua volta alertava-a da presença de Polly e do perigo que a cercava, Rose deixava aquilo de lado. Isso me desagradou profundamente, por que a minha vontade era entrar na história e dar uma chacoalhadas na personagem e dizer: Pô, você não tá vendo do que a Polly é capaz?
O caminho que a história leva é pertinente, a tal ponto de você ficar ansioso pelo desfecho. No entanto, uma história tão bem construída e delineada levou a um final nada conveniente. Minha vontade foi jogar o livro longe assim que li o final. Sabe aquele ditado de "morrer na praia"? O desfecho de Cuco se enquadra perfeitamente nisso. Enquanto você imaginava inúmeras possibilidades para o final dos personagens, o livro termina da maneira mais improvável que você pode imaginar. Desse modo, fica realmente difícil como avaliar o livro. Recomendo para todos, mas ressaltando não criar tantas expectativas para o final.
Quando achamos que tudo está calmo demais, a autora mexe na história e você, que estava quase desistindo, fica ligado até demais. A partir daí, os acontecimentos e o suspense se sucedem quase que instantaneamente, entremeados por momentos de folga curtíssimos. Uma característica marcante na escrita de Julia Crouch foi a construção das personagens principais, principalmente Polly, como foi comentado, e Rose. A construção de Rose se baseia principalmente no despertar de sentimentos pertinentes, a ponto de deixar o leitor dividido em algumas situações: Polly realmente era uma pessoa ruim, ou tudo era apenas invenção da cabeça de Rose?
Os personagens secundários também merecem destaque. Os filhos de Polly e Rose também dão um toque a mais na história, principalmente Anna, filha mais velha de Rose. Em diversos momentos a personagem se mostrou madura e responsável.
Julia Crouch sabe escolher as palavras certas para impactar o leitor. Sua narrativa é madura e bem escrita, instigante a cada linha que lemos. Ela vai soltando aos poucos as informações, de tal maneira a tornar o livro eletrizante e empolgante pela leitura. Apesar disso, algumas atitudes de Rose me deixaram um pouco irritado. Enquanto todo mundo a sua volta alertava-a da presença de Polly e do perigo que a cercava, Rose deixava aquilo de lado. Isso me desagradou profundamente, por que a minha vontade era entrar na história e dar uma chacoalhadas na personagem e dizer: Pô, você não tá vendo do que a Polly é capaz?
O caminho que a história leva é pertinente, a tal ponto de você ficar ansioso pelo desfecho. No entanto, uma história tão bem construída e delineada levou a um final nada conveniente. Minha vontade foi jogar o livro longe assim que li o final. Sabe aquele ditado de "morrer na praia"? O desfecho de Cuco se enquadra perfeitamente nisso. Enquanto você imaginava inúmeras possibilidades para o final dos personagens, o livro termina da maneira mais improvável que você pode imaginar. Desse modo, fica realmente difícil como avaliar o livro. Recomendo para todos, mas ressaltando não criar tantas expectativas para o final.
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