Título: Simplesmente Ana
Autora: Marina Carvalho
Editora: Novo Conceito
Páginas: 302
Ano: 2013
Sinopse: Imagine que você descobre que seu pai é um rei. Isso mesmo, um rei de verdade em um país no sudeste da Europa. E o rei quer levá-la com ele para assumir seu verdadeiro lugar de herdeira e futura rainha… Foi o que aconteceu com Ana. Pega de surpresa pela informação de sua origem real, Ana agora vai ter que decidir entre ficar no Brasil ou mudar-se para Krósvia e viver em um país distante tendo como companhia somente o pai, os criados e o insuportável Alex. Mudar-se para Krósvia pode ser tentador — deve ser ótimo viver em um lugar como aquele e, quem sabe, vir a tornar-se rainha —, mas ela sabe que não pode contar com o pai o tempo todo, afinal ele é um rei bastante ocupado. E sabe também que Alex, o rapaz que é praticamente seu tutor em Krósvia, não fará nenhuma gentileza para que ela se sinta melhor naquele país estrangeiro. A não ser… A não ser que Alex não seja esta pessoa tão irascível e que príncipes encantados existam. Simplesmente Ana é assim: um livro divertido, capaz de nos fazer sonhar, mas que — ao mesmo tempo — nos lembra das provas que temos que passar para chegar à vida adulta.
Avaliação: 4/5 estrelas
Nos últimos tempos, tenho dado uma atenção a livros brasileiros, confesso. Primeiro com Fernanda Saads, depois Lu Piras e agora Marina Carvalho. Simplesmente Ana foi um livro que saiu no ano passado pela Editora Novo Conceito, e logo que vi a sinopse, lembrei da série O diário da princesa, da Meg Cabot. As resenhas que li na época apenas comprovaram minha hipótese. Mesmo assim, quando surgiu a oportunidade para conhecer o trabalho de Marina, não pensei duas vezes. Apesar de que fiquei com o livro um mês na estante, antes de iniciar a leitura. Pena que não li antes.
Ana é uma jovem de Belo Horizonte que divide seu tempo entre faculdade, estágio e vida social. Vive com sua mãe, namora com Artur (sinceramente, Ana não sabe muito bem o que ela tem realmente com Artur) e sua melhor amiga é Estela. Sua vida muda quando ela recebe uma mensagem no facebook que ao que tudo indica, era de seu pai. Até aquele dia, achava que seu pai tinha engravidado sua mãe e sumido no mundo. Pelo menos era a versão que sua mãe havia contado a ela. Só que quando ela achava que a situação iria melhorar, ela acaba descobrindo que seu pai era rei da Krósvia, um país localizado no interior da Europa. E mais: seu pai quer que ela vá passar uns tempos com ele, para poderem se conhecer melhor e estabelecer uma relação de pai e filha. Dividida, Ana decide ir para Krósvia. Lá, entre visitar praias e lugares, se preparar para cerimônias e conhecer melhor seu pai e seus parentes, Ana ainda tem que aturar Alex, 'filho' de Andrej, seu pai. Ana não consegue compreender Alex. Ao mesmo tempo em que se sente atraída por ele, Alex dá todos os indícios de que não quer nada, já que trata e destrata Ana da pior maneira o possível.
Marina Carvalho apresenta uma leitura clichê, com todos os elementos e uma história que com certeza toda garota já sonhou em viver: se tornar princesa e morar num castelo. Ponto para a autora que já colocou uma protagonista jovem, caminhando para a fase adulta. Ana já tem uma vida determinada, apesar de, como todo jovem, tem inúmeras incertezas quanto a vida. Mas são incertezas diferentes. São incertezas quanto ao futuro e quanto a relacionamentos (nesse ponto, a maneira com que Ana lidou me causou irritação, conforme comento abaixo). A narrativa da autora me causou estranhamento no início, mas depois, fluiu de tal modo que não parei enquanto não terminei o livro.
Marina Carvalho apresenta uma leitura clichê, com todos os elementos e uma história que com certeza toda garota já sonhou em viver: se tornar princesa e morar num castelo. Ponto para a autora que já colocou uma protagonista jovem, caminhando para a fase adulta. Ana já tem uma vida determinada, apesar de, como todo jovem, tem inúmeras incertezas quanto a vida. Mas são incertezas diferentes. São incertezas quanto ao futuro e quanto a relacionamentos (nesse ponto, a maneira com que Ana lidou me causou irritação, conforme comento abaixo). A narrativa da autora me causou estranhamento no início, mas depois, fluiu de tal modo que não parei enquanto não terminei o livro.
O relacionamento de Ana e Alex talvez seja o ponto mais forte da história. Marina o constrói de maneira envolvente, seduzindo o leitor para viver o romance junto dos personagens. Apesar disso, Ana se mostrou extremamente irritante em alguns momentos, pela dualidade de sentimentos em relação a Alex. Ao mesmo tempo em que Ana se comprometia a não pensar em Alex, ela lembrava dele e tudo ia por água abaixo. A repetição de situações assim tornou a história um pouco irritante e a protagonista um pouco infantil.
Os elementos clichês que fazem parte da história dão um toque especial a história e faz o leitor vivenciar momentos tão importantes ao lado de Ana. Os personagens secundários também fazem parte desse contexto, como foi o caso da divertida Estela e a vovó nem um pouco convencional de Ana, Nair. Até mesmo Laika, ou como Ana chama Nome de Cachorro dá aquele toque especial a história, no sentido em que você tem vontade de sacudir a garota para ela deixar de ser tão chata. A sacada da autora também foi fazer referência a autores e músicos conhecidos por nós, como Bon Jovi e Sophie Kinsella.
Simplesmente Ana cumpre seu papel de maneira bacana e envolvente. Apesar da irritação e do estranhamento, a história tem um saldo bacana. Com um final previsível, Marina Carvalho me conquistou com seu primeiro livro. Na minha opinião, o livro é construído de tal modo a não deixar pontas soltas, e consegue; o que torna desnecessário, na minha opinião, uma continuação. Mesmo assim, fiquei curioso pela leitura de De repente, Ana.
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