Resenha: O clã dos Magos - Trudi Canavan

sábado, 19 de maio de 2012 Marcadores: , , ,

Título: O clã dos Magos
Autora: Trudi Canavan
Editora: Novo Conceito
Série: Mago Negro #1
Páginas: 448
Ano: 2012

Todos os anos, os magos de Imardin reúnem-se para purificar as ruas da cidade dos pedintes, criminosos e vagabundos. Mestres das disciplinas de magia, sabem que ninguém pode opor-se a eles. No entanto, seu escudo protetor não é tão impenetrável quanto acreditam. Enquanto a multidão é expurgada da cidade, uma jovem garota de rua, furiosa com o tratamento dispensado pelas autoridades a sua família e amigos, atira uma pedra ao escudo protetor, colocando nisso toda a raiva que sente. Para o espanto de todos que testemunham a ação, a pedra atravessa sem dificuldades a barreira e deixa um dos mágicos inconsciente. Trata-se de um ato inconcebível, e o maior medo da Clã de repente se concretiza: uma maga não treinada está à solta pelas ruas. Ela deve ser encontrada, e rápido, antes que seus poderes fiquem fora de controle e destruam a todos.
Cuidado com o que você deseja: você pode se tornar um deles!

Quando vi na internet o livro pela primeira vez, a principio, não tinha me interessado muito. Talvez a capa não seja uma das melhores que se tem. Mas quando vi ele na livraria, foi uma espécie de amor a primeira vista, apesar daquele friozinho na barriga. Será que é bom? Para mim, o tema magia e seus afluentes é um dos meus gêneros favoritos, porém não se dava para entender muito da história, só pela sinopse da contracapa. Acabei ganhando da mãe.
O clã dos Magos é o primeiro volume da trilogia do Mago Negro, da australiana Trudi Canavan. É seguido de A aprendiz e O lorde Supremo. Caso você não tenha lido o livro ainda, aconselho a não ler a resenha, pois ela contém spoilers. Caso contrário, fique a vontade.
No mundo de Trudi Canavan, há a cidade de Imardin. Nela, o governo está nas mãos do rei, e de alguns conselheiros. Além disso, quem ajuda a cuidar do bom andamento da cidade é o Clã de Magos, que anualmente fazem a Purificação, uma espécie  de procissão pelas ruas da cidade com o objetivo de expulsar vagabundos, pedintes e ladrões das ruas, para transformar Imardin numa cidade segura e sem nenhum perigo.
Sonea, uma moradora da favela, não agüenta mais essa situação. Mora com seus tios, já que havia sido expulsa de casa, e guarda ressentimento pelo que os Magos fizeram a ela no passado. Além disso passava pelas avenidas no dia da Purificação. Indignada com o tratamento que os magos davam aquele que para eles não eram de boa índole decide fazer algo para confronta-los. Com toda a raiva que ela possui, atira uma pedra na direção dos magos, e deseja que pudesse passar pela proteção. Porém, a pedra ACABA PASSANDO! Surpresa tanto para ela, quanto para os magos, já que achavam que aquilo nunca poderia acontecer.

            Sonea baixou a cabeça e olhou para as mãos. Funcionou. Quebrei a barreira, mas não é possível. A menos que...
            A menos que eu tenha usado mágica.

            Para os magos, Sonea era um perigo, uma ameaça. Afinal, onde ela treinara? Com quem? E, além disso, se resolvesse se unir à favela contra o governo, poderia ocorrer uma grande revolta.
            Porém, para Sonea se torna uma grande descoberta, pois ela não fazia a mínima idéia. A partir dali se vê totalmente diferente, mas também com medo, já que não tinha a mínima vontade de se tornar uma maga.
            A partir desse ponto, o livro se torna um jogo de gato e rato. O clã passa a querer Sonea de qualquer jeito, quer queira, quer não. Sonea, por outro lado, foge juntamente com Cery, seu amigo, e se une aos ladrões, como forma de se proteger. Lá conhecem Faren, um ladrão com um caráter um tanto duvidoso.
Já no Clã, há a figura do Lorde Supremo, Akkarin que coordena todos os outros magos (o chefão!). Além dele, os que mais se destacam durante o livro são Rothen, Dannyl e Fergun. Confesso que este último, me dava uma raiva em algumas cenas, enquanto eu lia o livro. Manipulador, frio e maquiavélico, Fergun fez e aprontou de tudo no livro. Mas felizmente ele teve seu final merecido (a cena final é tudo de bom!). Outro personagem muito importante e que aparece bastante durante o livro é o Administrador Lorlen que supervisiona as atividades dos magos, para que ocorra tudo da melhor maneira o possível. O mago mais gente boa e companheiro, na minha opinião era Rothen. Além disso, não podemos deixar de fora o clima que rolou entre ele e Sonea enquanto ela ficou no poder do Clã.
No Clã, os magos podem se comunicar através da mente (tudo de bom, né?), e tem a chance de desenvolver o método da Cura, mas também podem ser Guerreiros. Lá, eles, quando são aprendizes, são obrigados a controlar seus poderes.

            “Pense em tudo o que aprendeu sobre magia e controle. Seus poderes desenvolveram-se naturalmente, mas, para a maioria de nós, precisamos ter nossas habilidades despertadas por outro mago. Assim que é feito, ficamos atados pelas exigências de nossos poderes pelo resto de nossas vidas. Temos de aprender a controla-los, e temos de manter esse controle. Se não o fizermos, nossa magia irá eventualmente nos destruir. – Ele fez uma pausa. – Para todos nós, no momento de nossa morte, o controle que temos sobre o poder termina, e a magia que resta dentro de nós é libertada. Somos, literalmente, consumidos por ela.”

            Eu gostei bastante do livro. Uma história tranqüila de se ler, sem grandes dificuldades.  Sinceramente não sei o porque, mas quando iniciei, ele me lembrou um pouco a Guerra dos Tronos. Apesar de os nomes dos magos serem um tanto diferentes, a história em si é bem contada. Adorei viajar pelo mundo dos magos, o funcionamento para se tornar um mago. Um mundo totalmente novo pronto para ser descoberto. Além do mais, o que não falta no livro é romance e uma pitada de mistério.
            Um dos pontos que Trudi levanta no livro é a questão da desigualdade social. Afinal, qual é a necessidade da Purificação? Qual a serventia, se mais da metade da população vive na miséria, enquanto alguns vivem na riqueza, rodeados de luxo e mordomia? Há um trecho no livro, de uma conversa de Sonea e Rothen, muito interessante que expressa a insatisfação dela para com os magos:

            “E o que mais gostaria que fizéssemos?
            - Que entrassem nas favelas e curassem as pessoas.
            Ele fez uma careta de desagrado.
            - Não estamos em número suficiente.
            - Alguns já serão melhor que nada. Porque o braço quebrado do filho de uma Casa é mais importante que o braço quebrado de um morador da favela? ...”

            “-Você fica dizendo que alguns ajudariam se pudessem, mas a verdade é que, se os magos realmente se importassem, estariam agora nas ruas. Não existe lei que os impeça, então por que não vão? Vou te dizer por que. As favelas são malcheirosas e desagradáveis, e cês preferem fingir que elas não existem. Aqui estão bem mais confortáveis....”

            Depois de conhecer tantos mundos, como Panem, Hogwarts, Forks, Monte Olimpo, Nárnia, Imardin foi uma visita fascinante. O livro deixou uma série de questões para serem respondidas no próximo livro da série, A aprendiz, sem previsão de lançamento.
O que o futuro reserva a Sonea, Rothen e Dannyl? Depois da reviravolta no final do livro, só se pode esperar e aguardar ansiosamente.

1 comentário:

  1. Segui seu comentário e não li a resenha.
    Olha meu facebook que haverá um aulão do grupo Educanção muito legal.

    A aula tem uma taxa de 10 reais e vale super a pena.

    liliescreve.blogspot.com

    ResponderExcluir