O menino do pijama listrado - John Boyne

Título: O menino do pijama listrado

Autor: John Boyne

Editora: Cia. das Letras

Páginas: 186

Ano: 2007

Sinopse: Bruno tem nove anos e não sabe nada sobre o Holocausto e a Solução Final contra os Judeus. Também não faz idéia de que seu país está em guerra com boa parte da Europa, e muito menos de que sua família está envolvida no conflito. Na verdade, Bruno sabe apenas que foi obrigado a abandonar a espaçosa casa em que vivia em Berlim e mudar-se para uma região desolada, onde ele não tem ninguém para brincar nem nada para fazer. Da janela do quarto, Bruno pode ver uma cerca, e, para além dela, centenas de pessoas de pijama, que sempre o deixam com um frio na barriga. Em uma de suas andanças Bruno conhece Shmuel, um garoto do outro lado da cerca que curiosamente nasceu no mesmo dia que ele. Conforme a amizade dos dois se intensifica, Bruno vai aos poucos tentando elucidar o mistério que ronda as atividades de seu pai. "O Menino do Pijama Listrado" é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra, e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável.

 

Uma maneira que encontrei de variar as leituras, entre romances e livros de suspense, é procurar ler livros que de certa forma foram baseados em fatos reais, ou então que tem pano de fundo grandes acontecimentos, como foi o caso da Segunda Guerra Mundial no caso deste. Já tive o prazer de ler alguns livros que tratam sobre o assunto, mas algo tão simples e direto como foi o caso deste não havia lido.

Alguns anos atrás, eu vi o filme do O menino do pijama listrado e havia me emocionado com a simplicidade e sensibilidade que o filme passa para nós espectadores. E com o livro não foi diferente.

Bruno é um garoto que tem uma vida normal como a de toda criança: tem seus amigos, frequenta a escola e tem uma irmã mais velha, Gretel. Certo dia, quando retorna da aula, estranha ao ver a empregada arrumando suas malas, e vai curioso perguntar a sua mãe o que está acontecendo. A mãe, solícita lhe diz que iriam se mudar por causa do serviço do pai. 

A principio Bruno detesta a ideia de se mudar da casa onde vivera sua vida toda. E como ficariam seus amigos? Iria para um lugar onde não conhecia ninguém.

Relutante, ele se muda e vai para um lugar que para ele era pura monotonia. Literalmente no meio do nada, onde o que só se via era soldados, carros e armas. Apenas isso.

Logo ao chegar, Bruno se depara com uma cerca, não muito longe de sua casa e visível da janela do seu quarto. Mostra para sua irmã a descoberta, mas a irmã pouco sabe também. O mais engraçado, para Bruno era a roupa que eles usavam: pijamas listrados. Haviam crianças, adultos e idosos.

Levado pela curiosidade e pelo senso de se aventurar, ele vai até próximo da cerca, e ali, acaba conhecendo Shmuel, um garotinho carequinha que vivia por ali.

Quando achava que tudo estava perdido, Bruno acaba criando um vinculo de amizade com Shmuel, sem saber o que realmente estava por trás de tudo.

O menino do pijama listrado foi um livro muito emocionante. Leitura rápida (li em menos de três horas), fluiu de tal forma que quando vi já tinha terminado. São 186 páginas rapidinhas de ler, mas que te tocam lá no fundo. E com um final super emocionante.

Tratado de forma simples e do ponto de vista da amizade de dois garotos, um alemão e outro judeu. O que mais me chamou a atenção no livro, foi a simplicidade que John deu ao livro ao tratar de um assunto tão pesado e tão polêmico que foi o Holocausto. A monstruosidade de uma época que marcou nossa sociedade sob a ótica e a perspectiva de um garotinho, que não fazia ideia do que acontecia. Não saberia dizer o que era nazismo, ou quem era Hitler. Tanto que para ele, Hitler era apenas Fúria, o patrão de seu pai e o causador da mudança deles. A simplicidade da amizade com Shmuel, quando eles se conhecem, a troca de experiências, sem ter noção que aquilo era proibido, e que seu pai, que era soldado nem podia sonhar que estava acontecendo. 

Terminei o livro com um suspiro, refletindo sobre a história. A Segunda Guerra destroçara a vida de tantas pessoas, e aquilo era só um exemplo do horror que tinha sido. Quanto sofrimento, quantas famílias desesperadas. Ai se levanta a questão: até que ponto tal coisa valera a pena? Qual foi o verdadeiro propósito de tal acontecimento? Poder? Dinheiro? Adiantara de alguma coisa? Não. Só servira para aquilo piorar cada vez mais. Dois anos atrás outro exemplo que eu li, mas acabei não terminando, foi o Diário de Anne Frank que conta a história de uma garota judia fugindo com sua família durante a guerra. Talvez um dia desses eu ainda termino.

É claro que eu vou recomendar o livro! Vale muito a pena ser lido! Fiquei interessado em ler outros livros do autor, e espero mudar isso o quanto antes!