Autora: Lucinda Riley
Editora: Novo Conceito
Páginas: 560
Ano: 2012
Sinopse: Quando criança, a pianista Júlia Forrester passava seu tempo na estufa da propriedade de Wharton Park, onde flores exóticas cultivadas pelo seu avô nasciam e morriam com as estações. Agora, recuperando-se de uma tragédia na família, ela busca mais uma vez o conforto de Wharton Park, recém-herdada por Kit Crawford, um homem carismático que também tem uma história triste. No entanto, quando um antigo diário é encontrado durante uma reforma, os dois procuram a avó de Júlia para descobrirem a verdade sobre o romance que destruiu o futuro de Wharton Park... E, assim, Júlia é levada de volta no tempo, para o mundo de Olívia e Harry Crawford, um jovem casal separado cruelmente pela Segunda Guerra Mundial, cujo frágil casamento estava destinado a afetar a felicidade de muitas gerações, inclusive da de Júlia.Avaliação: 3/5 estrelas
Já não é de hoje que tenho certo
receio com livros muito extensos. Antes de iniciar a leitura, fico imaginando
de que maneira o(a) autor(a) irá conseguir sustentar a história por tanto
tempo, sem conseguir enjoar ou cansar o leitor. Foi assim esse ano com Belle, A
Irmã de Ana Bolena e não foi diferente quando decidi ler A Casa das Orquídeas.
Era um romance que a curiosidade estava grande, principalmente pela temática e
algumas resenhas que eu lera, bem positivas. No entanto, esse temor acabou se
intensificando durante a leitura e nosso relacionamento poderia ter sido um
pouco melhor.
Julia Forrester é uma pianista
conhecida internacionalmente. Tinha uma vida estruturada e aconchegante até o
dia, em que durante um concerto, recebe a notícia de que ocorrera um acidente e
seu marido e seu filho haviam morrido. Seu mundo desmorona e ela não sabe o que
fazer. Além disso, a morte da mãe ocorrida alguns anos antes intensifica sua
dor. Diante dessa situação, seu caminho cruza com Wharton Park, residência que
marcara boa parte de sua vida. Ali, encontra o novo proprietário, Kit Crawford,
e acaba se envolvendo com ele. Como a residência estava a venda, devido a inúmeras
dívidas, durante uma vistoria da casa eles acabam encontrando um diário, que ao
que tudo indica, data da época da Segunda Guerra Mundial. Para conseguir
compreender a história contida no diário, eles recorrem a vó de Júlia, Elsie.
Seus destinos se cruzam com a história de Harry e Olivia, um casal que vivia um
romance durante a guerra, mas que devido aos acontecimentos da época, foram
obrigados a se separar. No entanto, segredos permeiam esse período, e caso
sejam revelados, podem mudar toda a uma geração, atingindo até mesmo a vida de
Kit e Júlia.
O romance de Lucinda Riley
parecia ser uma leitura extremamente agradável, considerado um drama familiar.
Confesso que os primeiros capítulos me agradaram profundamente, principalmente
pela narrativa fluida e tranquila. Passei a gostar mais quando voltamos ao
passado, e conhecemos a vida da família Crawford
e de Olívia. Os bailes, as festas, os costumes: a narrativa de Lucinda tornava tudo
mais encantador.
Começou a desandar quando Harry foi para a guerra. Pela sinopse, eu
esperava uma linda história de amor, que por causa da guerra, foi obrigada a
acabar. O que eu encontrei: um casamento arranjado, e uma sequência de cenas
onde a relação era extremamente sem sentimento. Eu posso até compreender que a
situação obrigava ao casal fazer isso, mas poderiam pelo menos ter uma relação
de respeito e amizade.
A história continuou, entremeando passado e presente. Na verdade, o
livro é dividido entre grandes blocos, onde um narrava a história de Julia, e o
outro de Harry. No entanto, não se tinha tanta ligação entre o passado e o
presente. Se surgiu um diário, era porque algum motivo, e poderia ter uma
ligação com o momento que estavam passando. Resultado: duas histórias
totalmente independentes, a não ser pela presença da avó de Julia, Elsie (para
mim, a personagem é de longe a minha
favorita!).
Quando eu digo que é realmente difícil manter a história por tantas
páginas sem cansar o leitor, mas ao mesmo tempo conseguir cativá-lo até o
final, inclui as reviravoltas e as surpresas ao longo do texto. Eu até adoro
livros com surpresas, mas que sejam adequadas a história e ao momento. Na
história de Julia, as surpresas se concentraram em um grande bloco: acredito
que em menos de cento e cinquenta páginas foram revelados pelo menos dois ou
três segredos, que de certa maneira, tinham grande influência na vida dos
personagens. E o que acabou acontecendo: aparecia, tinha seu momento, e depois
era esquecido. Sabe aquelas músicas que surgem do nada, que a letra não faz
sentido algum, ou que a essência dessas músicas são todas iguais, fazem aquele
sucesso “tremendo”, mas que um mês depois já é esquecida? Ou até mesmo em
novela das oito, onde se colocam certos acontecimentos para que consiga
sustentar a história (#Lilifeelings). Pois é, as surpresas de A casa das
orquídeas foram essas: segredos que surgiam do nada eram trabalhados na hora, e
depois jogados numa gaveta. Sinceramente, eu tive a sensação de que Lucinda
colocava aqueles “segredos” apenas para escrever algumas páginas a mais.
Lucinda consegue envolver seus
leitores de maneira positiva. Sua narrativa é direta, objetiva e fluida. Curti
bastante a parte das orquídeas, bem como conhecer o envolvimento da produção
delas na Tailândia. Além disso, achei criativa a lenda que abre o livro, apesar
de não entender muito qual é a relação com a história restante. Não se tornou
meu livro favorito, mas fiquei empolgado para ler outras obras da autora.
Pois é, eu senti o mesmo se lembras da minha resenha. Não curti a junção das histórias, não curti o caminho que ela seguiu com a história do passado. Achei que foi uma mistura louca de dramalhão mexicano (nem a Globo consegue tanto).
ResponderExcluirMe envolvi com Elsie e isso fez com que eu antipatizasse com sua história.
Não acho que a escrita dela seja ruim, acho ótima, mas às vezes a gente precisa podar e encaminhar alguma ideias para o todo funcionar melhor.
liliescreve.blogspot.com