Título: Cartas de amor aos mortos
Autora: Ava Dellaira
Editora: Seguinte
Ano: 2014
Páginas: 344
Sinopse: Tudo começa com uma tarefa para a escola: escrever uma carta para alguém que já morreu. Logo o caderno de Laurel está repleto de mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop… apesar de ela jamais entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sobre sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky. Mas Laurel não pode escapar de seu passado. Só quando ela escrever a verdade sobre o que se passou com ela e com a irmã é que poderá aceitar o que aconteceu e perdoar May e a si mesma. E só quando enxergar a irmã como realmente era — encantadora e incrível, mas imperfeita como qualquer um — é que poderá seguir em frente e descobrir seu próprio caminho.
Avaliação: 5/5 estrelas (favorito)
Cartas de amor aos mortos é o
lançamento da Editora Seguinte, com direito a comentário na capa de Stephen
Chbosky, autor de As vantagens de ser invisível. Quando vi a notícia do lançamento,
fiquei empolgado pela leitura. A oportunidade de conhecer a história veio na
hora certa de uma maneira nada convencional (consegui solicitar uma cópia
antecipada com a editora). Assim que chegou, a ansiedade só aumentou. Enquanto
lia, me apaixonava cada vez mais pela história. O final não poderia ter sido
diferente, e mesmo assim, terminamos com um gostinho de quero mais.
"Querido Kurt Cobain,
Hoje a sra. Buster passou nossa primeira tarefa de inglês: escrever uma carta para uma pessoa que já morreu. (...) Acho que ela queria que a gente escrevesse para um ex-presidente ou alguém do tipo, mas preciso conversar com alguém. Eu não poderia conversar com um presidente. Mas posso conversar com você.
(...) Você era o músico favorito da minha irmã, May. Desde que ela morreu, tem sido difícil ser eu mesma, porque não sei exatamente quem sou." (DELLAIRA, 2014, p. 7)
Tudo começou com uma tarefa de
inglês. A sra. Buster, professora pede aos seus alunos que escrevessem uma carta para alguém famoso
que já havia falecido. Laurel, uma de
suas alunas, escolhe Kurt Cobain. Por dois motivos: ele era um cantor por qual
sua irmã, May, gostava; segundo: ele morrera jovem, assim como sua irmã.
O que era uma simples carta se
tornou uma série delas. Através destas, podemos conhecer Laurel, uma jovem que
acabara de mudar de escola. Tímida, ela sofre pela morte da irmã, May, que
ocorrera recentemente. Sua família enfraquecera abruptamente: a mãe se mudara
para longe, com o intuito de se recuperar. O pai se torna distante. Laurel
passa a viver com ele e sua tia Amy. Desolada, ela passa os dias solitária e
tristonha. Em meio ao turbilhão da entrada no ensino médio, Laurel faz novas
amizades e acaba se apaixonando por um garoto misterioso, Sky. Mas o passado
ainda a atormenta.
Ava ganha pontos logo no inicio
pela originalidade em contar a história. Como dito anteriormente, o que era uma
simples tarefa de inglês (que nunca fora entregue) se torna um caderno cheio.
Não é apenas para Kurt que Laurel manda suas cartas; para Judy Garland, Amelia
Earhart, Amy Winehouse, dentre outros. É como se através das cartas Laurel pudesse ser mais verdadeira e contar o ponto mais intimo e interior de si mesma. A história de vida de cada um deles se
mistura ao cotidiano da menina de maneira suave e delicada. A narrativa de Ava
se mostra logo no inicio repleta de sentimentalismo; mas não a ponto de enjoar por
ser melancólica. É sentimental na medida em que conhecemos a relação de Laurel
e May, sua irmã. Laurel tinha grande apreço e admiração pela irmã. May era
linda, estilosa, extrovertida. Laurel queria ser igual a ela. Só que ela havia
morrido.
Livros assim já me encantaram
profundamente. É um encanto em que comprova o modo que os autores conseguem
conduzir a história em não deixar ficar apenas na tristeza e no luto. Fora
assim com O céu está em todo lugar e Diga aos lobos que estou em casa. Temos o
luto, mas também temos a luta mas temos motivos para seguir em frente. Por mais
que perder alguém seja difícil, há pessoas em nossas vidas que fazem as pessoas
não caírem em profunda depressão. No caso de Cartas de amor aos mortos, o
encargo fica para Natalie, Hannah, amigas de Laurel, mas também de Sky, o
garoto misterioso. Ava construiu uma personagem repleta de conflitos
interiores, de dúvidas que toda adolescente passa. Temos um exemplo de vida,
mas que de repente, por motivos do destino, perdemos.
Conforme adentramos mais na
história, conheci mais os sentimentos de Laurel. Chega um determinado ponto que queria pegar Laurel no colo, como se ela fosse uma criança pequena, indefesa em meio a um mundo de perigos e tentações. Os personagens secundários tem
sua importância, assim como os momentos e situações pelos quais eles passam. Situações
do dia-a-dia de qualquer jovem. Momentos de certa maneira decisivos ou que
fazemos refletir nós mesmos. Ava chega ao desfecho tecendo uma história
comovente, capaz de arrancar lágrimas, mas sorrisos de alegria. Sorrisos de que
a vida pode ser difícil, mas ela sempre guarda algo de bom. Afinal, depois da
chuva, sempre virá o sol.
Já tinha lido a sinopse desse livro e me encantado, apesar do título meio macabro. Mas ao ler sua resenha fiquei com vontade de correr na livraria e comprar (ok, não dá pra fazer isso because I don't have money! rs). Acho lindo quando o autor consegue transmitir algo além de um sentimento triste.
ResponderExcluirBeijinhos!
Giulia - Prazer, me chamo Livro
Oi Lucas,
ResponderExcluirSua resenha é a primeira que leio desse livro.
Logo que foi anunciado o lançamento fiquei muito curiosa, depois que li a sinopse, fiquei louca... kkkkk
Achei muito diferente a premissa desse livro e sua resenha só aumentar essa minha vontade de lê-lo. Adorei.
Beijos.
Katielle