[filme] Boyhood - da infância a juventude

Não tenho o hábito de fazer resenhas críticas de filmes. Não é que eu não queira; simplesmente acho que não consigo fazer com tal profundidade como quando faço com um livro. Por isso, aviso de antemão que isto seria mais um comentário e uma indicação de um filme que vocês precisam assistir e que tive o prazer de conferir nesse final de semana que passou!

Boyhood foi (e talvez seja ainda) um dos filmes mais comentados dos últimos tempos. Um filme que badalou entre as premiações do cinema no ano de 2015, inclusive no Oscar, rendendo uma indicação ao prêmio de Melhor Filme (sendo cotado como favorito), mas que acabou perdendo para Birdman. Não é nem pela história, nem nada. Mas sim pelo modo como foi produzido. Acredite ou não, o filme foi gravado em 12 anos. Qual o propósito? Ao invés de pegar atores diferentes para interpretar um mesmo personagem em diferentes fases da vida, o diretor Richard Linklater resolveu escalar um elenco único, e ao longo desses anos, se reuniram para gravar a história. Para se ter uma noção Ellar Coltrane, protagonista da história, começou a gravar com 6 anos e terminou aos 18. Experiência um tanto diferente, não é mesmo? Mas vamos ao que interessa.

A história é a de um casal divorciado, jovem que tenta criar seus filhos, Samantha e Mason. O filme, que com quase 3 horas, mostra as diversos momentos da vida desta família. As dificuldades, as alegrias e as mudanças. A vida real para ser mais exato. E talvez seja isso que tenha tornado o filme tão impactante. Conhecemos Mason quando criança, e acompanhamos seu crescimento (enquanto ator) e personagem. Vimos suas primeiras descobertas, suas amizades, seu relacionamento tumultuado com sua irmã mais velha, os casamentos mal sucedidos de sua mãe, as visitas não tão constantes de seu pai e as próprias transformações enquanto ser humano e que toda criança acaba passando, quando chega a juventude. O primeiro amor, o ensino médio, as dúvidas sobre o que fazer, a faculdade, festas, etc.

Enquanto eu assistia, não podia deixar de pensar o modo de gravação. Ficava me situando no tempo, sabendo que o filme se iniciava em 2002. Poderia ser próximo a mim, pois o protagonista teria a mesma idade que eu. Logo, há alguns elementos que passam no filme que fizeram parte da minha vida naquele momento. Tentava imaginar o que estaria acontecendo em 2003, 2004, 2006, 2010. O que eu fazia, o que eu sentia, o que eu escutava, o que eu lia. Foi uma experiência interessante, por sinal. O filme é narrado de maneira tão sincera que não tem como não gostar! Vale a pena conhecer e se emocionar!

Para aqueles que tiverem curiosidade, deixo abaixo o trailer do filme!